A fera teve imenso prazer em narrar o último de meus
fiascos, que assistiu de camarote.
Mais pesado do que tropeços de bêbado nas madrugadas.
Mais pesado do que foder a puta cinquentona mijada e
manjada.
Um coroa sendo zoado e observado pelos olhos atentos
de uma multidão de escrotinhos a partir da narrativa de uma biba tinhosa que
tem pesadelos anoréxicos por causa de seu complexos, que psicólogas atribuem a
uma infância infeliz.
Uma medonha empolgada e triste e em cima do muro.
Nas redes sociais é solidaria às causas das
minorias, os excluídos, os desfavorecidos, o sofrimento dos animais... Porém,
nos grupos de futebol e beisebol e torcida organizada do glorioso Avante
Futebol Clube, ela é o centro, manipuladora, a (o) intelectual, o garoto (a)
que semeia o "politicamente correto".
Um musculoso transbordando pureza, e que gosta de
coisas simples: jantares com sua esposa oficiala, bons livros e boa música e
séries na Netflix.
Sujeito que organiza os eventos da torcida do time,
patrocínios e tals e cuida do caixa 2.
Se partirmos pra imagem das bonecas russas, tira
máscara e outra e mais outra máscara, emerge um radiante Frankenstein.
Mas não se empolguem, irmãozinhos: ninguém sabe até
onde cada um de nós se esconde e se mostra.
A verdade sempre escorrega, desliza, está onde menos
esperávamos. Não somos um espelho inteiro, cada figurinha no seu devido lugar.
Somos mais uma lixeira trasbordando cacos de vidro.
É uma questão de tempo. A leoa vai se soltando, vai
florescendo, uma pétala, outra pétala, bem-me-quer, malmequer,
sou-do-bem-sou-do-mal-sou-legal-eu-sou-bad.
O que vale é o que aparece. O bom carro, as propriedades,
o discurso, a oficiala que apresentamos nos ilustres momentos.
Mas tem sujeitos com essa aparência tranquila que de
uma hora pra outra mergulham de pontes e de prédios ou que se jogam na
correnteza de rios apressados, como se fossem garotos kamikazes.
Aqui estou, despedaçado, fazendo intriga. A biba fez
isso, a biba fez aquilo.
Todo mundo tem segredos e pensamentos e impulsos e
desejos impublicáveis, que nem o FDP do Sombra controla.
Uma da manhã, enroscado nessas mágoas ressentidas,
eu atuava numa bronha valente e solitária, na companhia de uma borboleta enorme e colorida e transgênica, que beijava enlouquecidamente a lâmpada do meu quarto.
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