sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Antielegia eterea - Carlos Nejar




Na medida em que caem

os frutos, caem os homens,

caem as folhas, o sol cai

para o alto com as estrelas.

E eu, como um tronco

envelhecendo, vou ficando

oco por dentro e começo

a ser ocupado pelos passarinhos.

Começo a ser passarinho

no tronco. Até que o musgo

no céu me torne eterno.

Adeus, meu rabo de cavalo

  O chão, de repente, é um cemitério de fios. Meu rabo de cavalo, breve como promessa de verão, caiu inteiro no colo do João, barbeiro rindo...