sábado, 23 de fevereiro de 2019

Vai por mim, meu brother



Nesses dias de esforços sobre-humanos para me manter sóbrio e recuar um pouco a barriga, a primeira música que me sobe à cabeça é de propaganda de cerveja.
Pior ainda é duelar com a vontade capeta que só vê copo cheio diante dos olhos à espera pra ser sugado, e a toda hora me perguntar quem sou eu e o que quero da vida.
Ainda mais dramático é ler poetas rebeldes de alguns séculos atrás e buscar traços que me identifiquem com eles, como se tivesse herdado ou reencarnado seus defeitos e vícios.
Agora, ao ouvir o blues que o Renato Fernandes canta bêbado nuns versos em nossa língua varonil, a palavrinha que lateja em minha mente é "dignidade, dignidade". Como se eu devesse me culpar por todas as merdas que os políticos planejam na calada da noite, e seu papo furado de que são necessárias reformas urgentes, como se o mundo fosse acabar se não aceitarmos isso.
Os que os apoiam são chamados de "gado".
Os que fazem a crítica são chamados de comunistas.
Rebanhos, todos, com ou sem conhecimento de causa, marchando em ordem unida para o abate.
Não suporto bater de frente com a opinião desse povo. Sei que serei odiado, pois aqui estou dando meus palpites.
Nossa opinião tem o mesmo grau de veracidade dos seis números que jogamos na Mega sena. A probabilidade de acertar e de ser levado a sério é de uma em seis milhões. Então, não perca tempo opinado por aí. É muito mais saudável ir pescar ou fazer sexo ou, por que não?, se masturbar. Vai por mim, meu brother.

(B. B. Palermo)


O PATIFE tá enrolando de novo

Quando fui acertar a conta no bar, pendurada nos últimos dias, o bolicheiro não encontrou, no caderno, o meu nome. Ao repassar a longa l...