sábado, 13 de novembro de 2010

DESPEDIDA





Enfim, despedimo-nos
da infância.

Depois do parque
do circo e da praça
doamos a fantasia
aos irmãos mais novos.

Agora
nos emprenstam 
vergonha
se ficamos nus.

Passam os dias
e todos aguardam
para que prendamos a rebeldia
nos porões do coração.

Mas a liberdade, alucinada,
acena por detrás dos muros...

Repetem, repetem,
os mais velhos:
- Vamos olhar pra frente
e viver a nossa idade!

Enquanto isso
nossos desejos mais profundos
brincam de esconde-esconde
nos labirintos da saudade!

Adeus, meu rabo de cavalo

  O chão, de repente, é um cemitério de fios. Meu rabo de cavalo, breve como promessa de verão, caiu inteiro no colo do João, barbeiro rindo...