domingo, 15 de maio de 2016

Chutar o balde


Ontem você viveu um dia que gostaria de esquecer. Em vez de ficar na tua diante de umas baboseiras que alguns “amigos” postaram no Watsapp, num grupo articulado para jogos de futsal, você se aventurou em argumentar sobre. Depois de ler umas ****** que dois retardados postaram, fazendo piadinhas sobre tua pessoa, você decidiu pegar pesado, ironizando sobre o grau de inteligência dos mesmos. Foi o teu primeiro erro fatal: você esqueceu que dois terços da população brasileira não consegue entender um texto. Imagina então qual a sua probabilidade de compreender uma ironia. Você jogou no mesmo nível de baixeza, e levou o troco. Te chamaram de boiola,  porque ficava se achando, te mandaram pra Venezuela ou pra Cuba (quem dera!)... Você se deprimiu, claro, e saiu desse grupo no watsapp (isso é a democracia... Você só aceita ouvir e ler o que quer...). Você demorou algumas horas pra se dar conta de que as pessoas perderam totalmente o respeito. Aí você repensa tua vida. Mudar de estado, ou de país, estudar espanhol e, se de fato se confirmarem as nuvens negras que se insinuam por aqui, ir-se embora... Hoje, quem mais cobra a conta é o sentimento de culpa: perder tanto tempo compartilhando opiniões, em torno de um senso comum maçante, enquanto as boas leituras estão cada vez mais escassas. Depois da ressaca moral, e do balanço final, talvez tenha restado um saldo positivo: há momentos em que devemos chutar o balde. Porém, sem tanto stress meu amigo. Parodiando o que diz o grande Pessoa, pra tudo valer à pena, a alma não pode ser pequena.

Imagem do site http://www.equilibrioemvida.com/2016/04/designer-cria-imagens-que-nos-convidam-a-filosofar-sobre-a-vida-moderna/


Matemática - Paulo Mendes Campos


O homem diminui à medida que a cidade cresce.

Quando aldeota, cada cidadão era um gigante. Orgulho da terra. Quando província, cada morador, um considerável conhecido. Filho da filha do fulano. Quando cidade, habitante, transformado e reduzido. Hoje, cidade metrópole, apenas um pequeno inquilino. No máximo, um número. Sob controle da máquina do Estado, para pagar e recolher, matematicamente, todos os impostos. Os devidos impostos.

(Jornal Diário da Tarde)

Imagem do designer polonês Igor Morski, do site http://www.equilibrioemvida.com/2016/04/designer-cria-imagens-que-nos-convidam-a-filosofar-sobre-a-vida-moderna/

Pílulas diárias de fofoca

  – Em Canela, ninguém cumprimenta ninguém! Em Capão, todo mundo diz “bom dia!”, “tudo bem?”. Aqui tu anda de bermuda e chinelos e ningu...