domingo, 8 de agosto de 2021

Vamos operar no ódio

 

Uma voz

me persegue,

e eu sei que é o

eco

do coração metálico

e frio

de um velho

amigo.

 

"Vamos operar no ódio".

 

Tensão acumulada,

raiva de molho,

maldades trocando de pele

como sucuris gigantes

no leito fundo do rio.

O ódio nos liberta,

o ódio nos salva,

o ódio nos despreza,

o ódio nos destrói,

o ódio nos conserva

duros e frios,

o ódio nos deixa

em conserva,

salgados,

ácidos,

com longo prazo

de validade.

 

(B. B. Palermo)

 

O PATIFE tá enrolando de novo

Quando fui acertar a conta no bar, pendurada nos últimos dias, o bolicheiro não encontrou, no caderno, o meu nome. Ao repassar a longa l...