Uma voz
me persegue,
e eu sei que é o
eco
do coração metálico
e frio
de um velho
amigo.
"Vamos operar no ódio".
Tensão acumulada,
raiva de molho,
maldades trocando de pele
como sucuris gigantes
no leito fundo do rio.
O ódio nos liberta,
o ódio nos salva,
o ódio nos despreza,
o ódio nos destrói,
o ódio nos conserva
duros e frios,
o ódio nos deixa
em conserva,
salgados,
ácidos,
com longo prazo
de validade.
(B. B. Palermo)
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