
Arte - Paul Klee
Empilho pecados
a vida inteira,
mas não esqueço
de alimentar
canários
de esperanças
na gaiola.
Pecados deslizam
por entre os dedos
como faróis do carro
que perseguem
a noite sóbria.
A cada dia que passa
embaralho meus pecados
nas gavetas da memória...
Perdi o brilho,
a luneta e me enredo
em novelos de histórias,
deixo-me acalentar por delírios,
deslizes de vitórias...
Prometo, prometo
a meu anjo da guarda
localizar os pecados
no porão.
Amanhã, amanhã
expurgarei meus pecados
farei a derradeira revolução!