domingo, 10 de abril de 2011

Dona Necessidade





Dona Necessidade
finalmente me acordou
para fazer minha obra de arte.

Frases em outdoors
sussuravam assim:
"Nunca se esqueçam de mim!".

Desesperado
comecei meu livro
de memórias avulsas
parecia um quadro
com imagens atrevidas
que às vezes rimavam
outras vezes riam.

Para não desistir
no começo do caminho
não devo imaginar
que minha obra vai descansar
abandonada em algum porão.

Caminhar e criar
é acreditar que alguém
algum dia será acordado
por um momento breve
- que seja - por minha obra
ou tocha lanterna lâmpada
ou mero piscar de um
vaga-lume solitário...

- Ande, crie, pare de perguntar
se somos filhos do acaso
ou da gratuidade das coisas.
Vamos, vamos - diz Necessidade -
façamos filhos e outras pequenas
obras (de arte) se desejamos
eternidade!

Novo homem!

  Grãos de areia interditaram meus olhos nesta quarta-feira de tarde, bastou umas calcinhas no varal tomarem banho de sol e ousarem ...