terça-feira, 28 de maio de 2019

Monstros



Dez anos depois
batem à porta.
Desejavam resgatar
o seu lugar
no meu álbum
de lembranças.

Dedo em riste 
falei de regras e deveres
que sustentam os pilares
da boa convivência.
Queria convencê-los
de que o amor prescreveu.

(o tempo e Ela
não passam 
de monstros
que me dizem frouxo
enquanto riem
da minha cara!)

Depois que eles se foram
deixei as portas
trancadas.
Sei que alarmes
e cadeados
e câmeras
e sensores
me guardam...
e aguardam
gestos definitivos...

            Hoje quero aprender
a mastigar
essas verdades
                        amargas
e torcer para que as palavras
          que rabisco no diário
  deem as coordenadas.

(Tiradas do Teco, o poeta sonhador)

Festa no brejo - Carlos Drummond de Andrade


A saparia desesperada
coaxa coaxa coaxa.
O brejo vibra que nem caixa
de guerra. Os sapos estão danados.
A lua gorda apareceu
e clareou o brejo todo.
Até à lua sobe o coro
da saparia desesperada.
A saparia toda de Minas
coaxa no brejo humilde.
Hoje tem festa no brejo! 

Toda Lorena

  Olhava pro fogo mágico do entardecer, que mais parecia uma lareira mandando bem em viagens noutras esferas. Me encanto ao ver minha musa p...