domingo, 5 de maio de 2019

Somos feitos de gesso



Imagino demais.
É que estou à cata de personagens.
Não me importo que alguns deles ganhem vida 
e me pressionem
para que os deixe numa boa posição,
com destaque nas vitrines que se chamam 
redes sociais.
Mas o imaginário não escapa da verdade 
de que somos uns comuns,
uma espiga de trigo 
no meio de um campo de trigo,
e não somos geniais como Van Gogh
para captar o inusitado 
ou a essência dessa paisagem,
na cor e luminosidade certa, 
no exato instante
sem o qual tudo seria miseravelmente comum.
Imagino que somos criaturas de gesso, 
desprovidos da essência,
que chamamos "sentimento".
E como fatos se repetem, 
tornam-se banais,
concluo que o carinha que foi encontrado 
dependurado numa corda
- num espaço e tempo só Dele -,
e que não suportou a dureza da existência,
Ele também só pode ser de gesso.

(B. B. Palermo)

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