Na
loja de conveniência do posto de combustíveis, observo uma jovem garota comendo
salgadinho e bebendo um copão de café preto.
Convenço-me de que a cena vale
outra cerveja.
Jovem,
e de medidas desproporcionais. Isso numa cidade repleta de gatas lindas - tanto
loiras quanto morenas.
Meus olhos estão dispostos, encaram o que vier.
Hum...
Encontro-me numa distância de uns cinco metros, e percebo que me enganei. Não é
café, é refrigerante, Fanta uva.
Sofregamente, a moça dá conta do salgadinho.
Agora ela devora um enroladinho. Bom apetite. Mastiga e engole no mesmo
ritmo alucinado do trânsito à tardinha.
Nunca
saberá que a flagrei em plena luz do dia do pecado.
Nunca
saberá que foi dominada pela gula, uma parte angelical e, ao mesmo tempo,
diabólica do seu corpo.
(B.
B. Palermo)