sábado, 14 de novembro de 2009

PAUSA

O nome estava sobre a mesa, junto a livros, recortes de jornais e anotações que faziam o papel de agendas.

Era vendedora de loja de artigos esportivos. Se comprasse o tênis, ela ganharia comissão.

Não sou de retornar a um compromisso, rabo entre as pernas, cumprir uma promessa qualquer. Vencem os apelos de tantos novos acontecimentos.

Não joguei nome e cartão no lixo porque o prazo de validade não estava vencido. Ou foi uma distração, como juntar à velha agenda mais um novo endereço.

- Quem sabe um dia não vá precisar?

- Quem sabe...

Mas o tempo é cruel e nos faz esquecer, ou embaralhar as peças, fazendo a tranqüilidade de nossa engrenagem emperrar.

Aprendi a usar o controle remoto. Conheço a função da tecla “pause”.

A memória, seu nome, os compromissos, todos, todos estão salvos.

Salvo, eu quero dar muitos abraços, os sentidos a cento e vinte por hora.

Sem raiva, rancor e obsessão pelo progresso.

Quero assoprar as brasas das experiências. Não deixar as cinzas tomarem conta de tudo.

A pausa é o intervalo que aguarda o “play”.

Entre pauses e plays, quero manter o controle (remoto) de mim mesmo.


Toda Lorena

  Olhava pro fogo mágico do entardecer, que mais parecia uma lareira mandando bem em viagens noutras esferas. Me encanto ao ver minha musa p...