terça-feira, 23 de novembro de 2021

Uma dúzia de vezes eu sonhei

 

Uma dúzia de vezes vendi meu guarda-roupa.

Pense numa coisa que reina absoluta,

tomando conta de uma parede

do meu quarto.

5 portas,

2 maleiros,

muitas gavetas e cabides,

interior imenso.

Bela árvore de cerejeira,

cuidadosamente retalhada

e envenenada

para expurgar

cupins.

Obra toda lustrosa

que abriga centenas de peças de roupa

que um dia sonho doar.

 

Uma dúzia de vezes mudei de casa,

morei em praias,

viajei pra Europa,

publiquei meus livros.

Uma dúzia de vezes eu sonhei.

Minto.

Sonhei a vida inteira

e vou sonhar mais tantas vezes

 

até a eternidade.

 

(B. B. Palermo)

O PATIFE tá enrolando de novo

Quando fui acertar a conta no bar, pendurada nos últimos dias, o bolicheiro não encontrou, no caderno, o meu nome. Ao repassar a longa l...