Henry
Miller disse mais ou menos assim:
“Ande
por aí de olho no fluxo e, de vez em quando,
ensaie
algum êxtase”.
É
isso.
Solte-se
das amarras que é ser aceito pelos pares como bonzinho,
ovelha
doméstica subindo e descendo montanhas,
cabeça
entre as pernas, mais um peão
no
xadrez cotidiano.
Às
vezes você deve se aventurar, olhar bem no fundo
daqueles
olhões escorregadios, e perguntar:
–
Você é mesmo casada?
Arrisque-se
– havendo uma abertura –, e prometa pílulas generosas
de
alegria e algumas lágrimas, pouca melancolia
e muita euforia e cerveja e 3 colheres de chá
de tédio.
Faça como eu e não seja comum,
dê nome aos corvos, aos cães e às árvores,
converse com eles e, de vez em quando,
descole um papo legal com os gatos, até seus pelos
soltarem faíscas.
(B.
B. Palermo)