quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Sensível demais

 


Os ovos tinham aparência estranha, sei lá,

me esforçava pra raciocinar,

Eram de granja?

Galados?

O que significa, porra, essa cor rosada?

Secava as mãos num pano de prato 

que fedia pra caralho, 

Barbaridade, como pode esse cheiro,

se o estou usando não faz uma semana?

Veio à mente a possibilidade de uma faxina geral. 

Fogão encardido, frituras e molhos derramados, 

a pia entupida, copos, talheres, pratos.

A senhoria deixou um tapete comprido junto ao balcão da pia,

não tive coragem de verificar

a aparência dos monstrinhos que ali se escondiam. 

Ao chegar no nono latão,

me dou conta de que o James está na área, e o ratinho me fita com admiração. 

Óbvio, está aguardando o que lhe pertence.

Desisti da faxina ao lembrar o que o Buk me disse certo dia:


CADELÃO, SE O SUJEITO MORA SOZINHO E ESTÁ COM A COZINHA SEMPRE SUJA, EU TE PROVAREI,  EM 5 ENTRE 9 CASOS, QUE O SUJEITO É FORA DE SÉRIE. 


(Inspirado no conto "Sensível demais", de Bukowski. Livro "Fabulário geral do delírio cotidiano ").


(B. B. Palermo)

O PATIFE tá enrolando de novo

Quando fui acertar a conta no bar, pendurada nos últimos dias, o bolicheiro não encontrou, no caderno, o meu nome. Ao repassar a longa l...