Ainda não sentamos num café pra uma conversa
sem a cerveja ou os drinks e sem a presença de alguém
que representa censura, medo... namoro, casamento,
Sua agenda transbordou como os rios duma parte deste Sul
lá de vez em quando.
Dezenas de vídeos nas redes
mostram o nascimento
de uma estrela,
mas levei um susto,
seus olhos parecem tristes.
Talvez seja a paranoia
de que deve ampliar espaço
nesse mundo louco e competitivo.
3 turnos diários,
disposta,
maquiada,
sorrindo e sempre aqueles olhos...
tristes.
Fui ouvinte, mas teve um momento insuportável,
não parava de falar, e o pior: jurou que faz meditação.
O silêncio não habita sua moradia, o que faço, meu Deus!
Queria me sentir à vontade mas, se alguma frase minha
batia nos seus tímpanos, logo rebatia, sem qualquer eco.
Até repensei nos meus planos de ter ouvido atento
e de estar conectado com as paranoias
que rolam no A. Texas.
Joguei-me nalgumas cervejas e, mesmo assim, percebi
que a missão não passava de um evento sinistro
num mar desvairado e avesso
à minha travessia.
Não duvido, não mesmo.
Talvez esteja me apaixonando
e isso, é certo, me apavora.
Mas só hoje.
(B. B. Palermo)