quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Nada mais me apavora



Ainda não sentamos num café pra uma conversa
sem a cerveja ou os drinks e sem a presença de alguém
que representa censura, medo... namoro, casamento,
“o que os outros vão dizer?”.
Sua agenda transbordou como os rios duma parte deste Sul
lá de vez em quando.
Dezenas de vídeos nas redes
mostram o nascimento
de uma estrela,
mas levei um susto,
seus olhos parecem tristes.
Talvez seja a paranoia
de que deve ampliar espaço
nesse mundo louco e competitivo.
3 turnos diários,
disposta,
maquiada,
sorrindo e sempre aqueles olhos...
tristes.
Fui ouvinte, mas teve um momento insuportável,
não parava de falar, e o pior: jurou que faz meditação.
O silêncio não habita sua moradia, o que faço, meu Deus!
Queria me sentir à vontade mas, se alguma frase minha
batia nos seus tímpanos, logo rebatia, sem qualquer eco.
Até repensei nos meus planos de ter ouvido atento
e de estar conectado com as paranoias
que rolam no A. Texas.
Joguei-me nalgumas cervejas e, mesmo assim, percebi
que a missão não passava de um evento sinistro
num mar desvairado e avesso
à minha travessia.
Não duvido, não mesmo.
Talvez esteja me apaixonando
e isso, é certo, me apavora.
Mas só hoje.
(B. B. Palermo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Nada mais me apavora

Ainda não sentamos num café pra uma conversa sem a cerveja ou os drinks e sem a presença de alguém que representa censura, medo... namoro, c...