terça-feira, 14 de maio de 2013

Vôo noturno - Carlos Queiroz Telles


Aí ela veio
chegando bem perto,
bem perto,
bem perto...

e me deu um abraço,
e me deu um beijo,
e me deu um amasso,
e me deu um riso maroto
e me disse no ouvido:
"garoto, garoto..."
e me jogou na cama,
e me jogou no céu,
e me fez planeta,
e me fez cometa,
e toda nua
me fez ser lua
astro, sol, estrela,
cosmonauta tonto
na órbita louca
da sua boca infinita,
girando, girando
girando no espaço,
até cair de cansaço
do abismo negro
daquele abraço...

e acordar embrulhado
no lençol molhado
de sonhos e de sol.


(Carlos Queiroz Teles. Sementes de Sol. São Paulo: Moderna, 1992.)

Novo homem!

  Grãos de areia interditaram meus olhos nesta quarta-feira de tarde, bastou umas calcinhas no varal tomarem banho de sol e ousarem ...