sexta-feira, 14 de abril de 2023

Singela

 


Pelas ruas 

ando

desolado 

à procura de um destino

a que possa me agarrar 

como um náufrago 

no oceano.

No alto

da janela 

de um prédio 

ouço singela voz.

Pareciam as canções 

que me embalaram

na infância 

fadas

princesas

ou afagos de mamãe. 


Singela, assim a batizei

e fiz as perguntas que há séculos 

me perseguem:

O que tens para mim

para ti

para o nosso lar

o que trazes das esquinas 

das feiras

das promessas feitas 

todo ano?


Sua voz trouxe 

sossego 

a alma náufraga 

se aquietou. 

Agora a eternidade 

me pertence 

embora haja espaços 

vazios 

que voz nenhuma 

preenche. 


(Zé & B. B. Palermo)

O PATIFE tá enrolando de novo

Quando fui acertar a conta no bar, pendurada nos últimos dias, o bolicheiro não encontrou, no caderno, o meu nome. Ao repassar a longa l...