Pelas ruas
ando
desolado
à procura de um destino
a que possa me agarrar
como um náufrago
no oceano.
No alto
da janela
de um prédio
ouço singela voz.
Pareciam as canções
que me embalaram
na infância
fadas
princesas
ou afagos de mamãe.
Singela, assim a batizei
e fiz as perguntas que há séculos
me perseguem:
O que tens para mim
para ti
para o nosso lar
o que trazes das esquinas
das feiras
das promessas feitas
todo ano?
Sua voz trouxe
sossego
a alma náufraga
se aquietou.
Agora a eternidade
me pertence
embora haja espaços
vazios
que voz nenhuma
preenche.
(Zé & B. B. Palermo)
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