sexta-feira, 3 de abril de 2020

Que mais queres tu, sublime idiota? ("Memórias póstumas de Brás Cubas" - Machado de Assis)


Essa cambada de informações
que chegam de todo lado
deixam-me mais e mais vazio.
Um tédio compartilhado com quem não aprendeu
a pensar e a sentir, em tempos de ócio.
O que me faz doer as bolas é ter que dividir o oxigênio
com um bando de desocupados
que vomitam nos ouvidos sua gororoba.
Valha-me Deus,
que sorte poder ler um Dostoiévski
ou Leminski ou Machado... E tantos outros...
Também posso ouvir boa música, Um Schubert
ou Mozart ou Stravinsky... E tantos outros...
Não sinto falta dos aviões cortando o espaço aéreo
que minha vista alcança,
o que me enche o saco são mosquitos e papagaios,
verborrágicos e imbecis.
Não, não posso me queixar.
O que requer esforço maior
é deixar pra lá o celular
e evitar um passeio nesse mercado público
das opiniões obsessivas.
Ouvi dizer que o sexo continua em falta,
mesmo com o tempo disponível,
bocejando a nossos pés,
igual a um cão fiel.
Aqui estamos, devorando a sobremesa
do tempo
que temos à disposição
e não estamos nem aí.
Isso... Não admitimos
que logo seremos pontuais
em nossas sepulturas.

(B. B. Palermo)

O PATIFE tá enrolando de novo

Quando fui acertar a conta no bar, pendurada nos últimos dias, o bolicheiro não encontrou, no caderno, o meu nome. Ao repassar a longa l...