sexta-feira, 29 de maio de 2020

Respeitem, respeitem o Cadelão errante



Ao subir as escadarias
sagradas
do puteiro da Janete,
Um cadelão transpira a glória
e pinta o sete.
Abraça magras e gordas
e outras nem tanto,
passa a mão nas pernas
torneadas
de diversos tons mascavos,
e loiros e morenos...
e baba...

Embriagado,
bruxas disfarçadas de sereias
são as mais sinceras,
as eternas ninfetinhas.

Quando no pedaço,
ele é o rei.
Amar infantilmente essas deusas
impuras
é a sua lei.

Amiguinhos,
enquanto a vida se
despedaça,
falaremos sem demora do que todos veem,
mas que apenas o Cadelão
abraça:
essa carcaça que pinta o sete,
que se faz e desfaz,
até os bocós estão cansados de saber,
nosso destino é
apodrecer.

Vocês dirão:
- "Uma criatura
estranha
deu o ar da graça
com sua missão de cadela
torpe e
devassa".

Creiam,
todos somos flatos,
às vezes tímidos,
mas depois das primeiras doses
peidamos verdades
que não passam de espigas
virgens de grãos.

Respeitem, 
respeitem o Cadelão,
o vadio e
observador
errante.
Ele sabe aonde vamos chegar...

(B. B. Palermo)


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Quando fui acertar a conta no bar, pendurada nos últimos dias, o bolicheiro não encontrou, no caderno, o meu nome. Ao repassar a longa l...