Ao subir as escadarias
sagradas
do puteiro da Janete,
Um cadelão transpira a glória
e pinta o sete.
Abraça magras e gordas
e outras nem tanto,
passa a mão nas pernas
torneadas
de diversos tons mascavos,
e loiros e morenos...
Embriagado,
bruxas disfarçadas de sereias
são as mais sinceras,
as eternas ninfetinhas.
Quando no pedaço,
ele é o rei.
Amar infantilmente essas deusas
impuras
é a sua lei.
Amiguinhos,
enquanto a vida se
despedaça,
falaremos sem demora do que todos veem,
mas que apenas o Cadelão
abraça:
essa carcaça que pinta o sete,
que se faz e desfaz,
até os bocós estão cansados de saber,
nosso destino é
apodrecer.
Vocês dirão:
- "Uma criatura
estranha
deu o ar da graça
com sua missão de cadela
torpe e
devassa".
Creiam,
todos somos flatos,
às vezes tímidos,
mas depois das primeiras doses
peidamos verdades
que não passam de espigas
virgens de grãos.
Respeitem,
respeitem o Cadelão,
o vadio e
observador
errante.
Ele sabe aonde vamos chegar...
(B. B. Palermo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário