quinta-feira, 30 de junho de 2022

Nem tudo está perdido


Corpos e seus músculos

salientes

me distraem das belezas do mundo.

Minhas retinas se embaralham

como arco-íris camuflados

diante das escolhas

dos irmãos.

Mas nem tudo está perdido:

os fantasmas das sombras projetadas nos muros

pelo casalzinho que passa diante do bar

me são familiares.

 

Robôs saem das academias

segurando garrafas

toalhas

e mochilas,

movendo-se no ritmo da                

"força,

vontade e

determinação!".

A busca da perfeição

estética,

narcísica e

patética

é a cortina de fumaça que impede que percebam

o poeta

numa mesa de bar

contemplando

e se embriagando

 

com o pôr do sol.

 

(B. B. Palermo)


Deu vontade de chorar

Hoje vi o amor. Não nos livros, nem nos filmes, mas ali, nas ruas quietas do A. Texas, caminhando manco e sem pressa. Era o Sergião, andaril...