quarta-feira, 5 de abril de 2023

Capitu

 

Ela partiu não sei pra quais jornadas
nas estrelas
e eu fiquei destruído,
então joguei o Buggy azul
contra uma guarita na beira do mar.
Tudo certo, não havia veranistas
e salva-vidas e senhoras marisqueiras
com seus olhares inquisitivos,
minha dignidade sobreviveu.
Miro o futuro,
dispenso pensar se alguém teve seu abraço,
sexo e olhar misterioso - estou tranquilo,
um apaixonado
pela Capitu do Século XXI.
Ela voltou ofertando-me de bandeja
versos mortais e até imorais.
Isso não tem importância
diante das ideias e ações duns monstros
agindo por aí.
Todos botam a boca no mundo e falam
e sabem a verdade.
Apenas eu tenho dúvidas
de quem pirou quem:
o indivíduo ou a sociedade.
Milagre, ela retornou ao lugar
que nos anima e inspira, aqui no bar do hotel,
e eu vi, alguns bebuns já cruzam
o Cabo da Boa Esperança,
mas eu, juro, nunca perdi o amor por essa dama
de verde.
ESPERANÇA!
Eu a contemplo sem culpas.
Estou à vontade e bebo outra cerveja,
e assim (Aleluia!) estou dispensado de voltar para casa no início da noite,
estou livre de ver na TV
as tragédias do dia
de hoje.
(B. B. Palermo)
Curtir
Comentar
Compartilhar

O PATIFE tá enrolando de novo

Quando fui acertar a conta no bar, pendurada nos últimos dias, o bolicheiro não encontrou, no caderno, o meu nome. Ao repassar a longa l...