segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Não me chamem para dançar

 


Almas de calçada,

vira-latas seguem farejando,

abraçados a bandeiras esquizoides,

meio conservadoras,

meio anarquistas,

mijando pelos cantos,

demarcando territórios que ninguém vê.

Parodiando uma canção do Paralamas,

cada um apresenta suas armas,

como se fosse a coisa mais preciosa,

como se fosse o esteio

onde o mundo se ampara e gravita,

em vez de ser um patético

encosto.

Mesmo etiquetado por esses rebanhos

de criaturas demasiado ocas,

prefiro a companhia da folha em branco,

da memória e de algumas lufadas

imaginárias.

Não consigo ensaiar minha dança

no meio da multidão.

 

(B. B. Palermo)


Toda Lorena

  Olhava pro fogo mágico do entardecer, que mais parecia uma lareira mandando bem em viagens noutras esferas. Me encanto ao ver minha musa p...