segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

KISS - Carlos Silveira


Às vezes, o simples viver é um ato de coragem (Sêneca).

As asas de cinza
abrem o ventre do
beijo aterrador.

A plenos pulmões
as línguas escaldantes
expõem seus artifícios.

O absurdo leva o silêncio
de galho em galho e a 
saída de emergência
cai no abismo.

A balada é segura: as
rotas de fuga iluminam
os necrotérios e quem
mente mais chora menos.

Os sonhos cremados
beijam o imponderável norte
e a razão invertebrada semeia o 
nada, a dor e a morte.

Adeus, meu rabo de cavalo

  O chão, de repente, é um cemitério de fios. Meu rabo de cavalo, breve como promessa de verão, caiu inteiro no colo do João, barbeiro rindo...