sábado, 2 de julho de 2022

Uma noite qualquer

 

Você debulha ladainhas

de amenidades

e até me encanto mas

canso

e respiro

compassado

como um craque em meditação

transcendental

e então mais calmo

devolvo amenidades

monossilábicas

e depois de tantas insignificâncias

descobrimos os abraços

e as mãos se entrelaçam

e as turbinas enlouquecem

e o tesão deixa um rastro de quero mais

e isso é tudo

tudo tão banal.

 

(B. B Palermo)


Sujeito comum

 

Você não admite

ser catalogado

como sujeito comum.

Você pretende ser lembrado

como O Cara!,

alguém que por aqui passou

e espalhou diversas sementinhas

que vingaram.

Claro, há uns tropeços previsíveis,

aquela desconfiança de que talvez

essa vida não tenha sentido

algum.

Determinado, você se esforça em acreditar

numa farta colheita,

A RECOMPENSA no paraíso.

E os outros?

Ah, os outros... Os outros que se danem!

Você não embarca nessa

de que estamos todos

dentro de um saco de gatos

levando pancadas

diárias.

Dizem do teu livre arbítrio,

dizem da evolução necessária do teu ser,

mas receio que essa é uma bela ilusão,

uma ideia prostituída e sedutora

que inevitavelmente

nos seduz.

 

(B. B. Palermo)


Deu vontade de chorar

Hoje vi o amor. Não nos livros, nem nos filmes, mas ali, nas ruas quietas do A. Texas, caminhando manco e sem pressa. Era o Sergião, andaril...