sábado, 2 de julho de 2022

Sujeito comum

 

Você não admite

ser catalogado

como sujeito comum.

Você pretende ser lembrado

como O Cara!,

alguém que por aqui passou

e espalhou diversas sementinhas

que vingaram.

Claro, há uns tropeços previsíveis,

aquela desconfiança de que talvez

essa vida não tenha sentido

algum.

Determinado, você se esforça em acreditar

numa farta colheita,

A RECOMPENSA no paraíso.

E os outros?

Ah, os outros... Os outros que se danem!

Você não embarca nessa

de que estamos todos

dentro de um saco de gatos

levando pancadas

diárias.

Dizem do teu livre arbítrio,

dizem da evolução necessária do teu ser,

mas receio que essa é uma bela ilusão,

uma ideia prostituída e sedutora

que inevitavelmente

nos seduz.

 

(B. B. Palermo)


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