Avalio a possibilidade de fazer um
concurso
com salário de 20 mil.
Vou largar de ser poeta,
preciso ganhar a vida,
um bom carro e estabilidade
e olhares admirados das novinhas
e das nem tanto.
Tranquilo, verei o mundo com olhar
nobre.
Caramba!
Agora a coisa ficou plana,
nenhum angústia, medo ou melancolia
– só vejo festas e glórias e alegrias.
Eis-me aqui, o Cadelão, um nefelibato
–
o cara que perambula sobre as nuvens,
irmão fiel das estatísticas.
Eu e boa parte da população,
principalmente da meia idade,
seguimos algum pensamento mágico,
e este jeito sonhador
de encarar a realidade
talvez consiga baixar as taxas de
suicídio.
Porque não, meu bem?
Eu continuo viajando e, sempre que
possível,
acompanhado das novinhas!
(B. B. Palermo)