Imagino demais.
É que estou à cata de
personagens.
Não me importo que
alguns deles ganhem vida
e me pressionem
para que os deixe numa
boa posição,
com destaque nas
vitrines que se chamam
redes sociais.
Mas o imaginário não
escapa da verdade
de que somos uns comuns,
uma espiga de trigo
no
meio de um campo de trigo,
e não somos geniais como
Van Gogh
para captar o inusitado
ou a essência dessa paisagem,
na cor e luminosidade
certa,
no exato instante
sem o qual tudo seria
miseravelmente comum.
Imagino que somos
criaturas de gesso,
desprovidos da essência,
que chamamos
"sentimento".
E como fatos se
repetem,
tornam-se banais,
concluo que o carinha
que foi encontrado
dependurado numa corda
- num espaço e tempo só
Dele -,
e que não suportou a
dureza da existência,
Ele também só pode ser de
gesso.
(B. B. Palermo)
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