Teatro, música, declamação de poemas e contação de histórias. São atividades prazerosas que a TURMA DO TECO desenvolve, nas escolas, com o objetivo de ampliar nosso gosto pela leitura. No dia 30/10/2008 estivemos, pela manhã e pela tarde, na E. M. E. F. Soares de Barros, de Ijuí/RS, participando das atividades comemorativas aos 38 anos de aniversário da escola. Houve uma série de atividades ligadas ao fomento cultural de seus estudantes, entre eles, o incentivo à LEITURA.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
A TURMA DO TECO NAS ESCOLAS
Teatro, música, declamação de poemas e contação de histórias. São atividades prazerosas que a TURMA DO TECO desenvolve, nas escolas, com o objetivo de ampliar nosso gosto pela leitura. No dia 30/10/2008 estivemos, pela manhã e pela tarde, na E. M. E. F. Soares de Barros, de Ijuí/RS, participando das atividades comemorativas aos 38 anos de aniversário da escola. Houve uma série de atividades ligadas ao fomento cultural de seus estudantes, entre eles, o incentivo à LEITURA.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
MISTÉRIOS NO CÉU
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
MUITO MAIS DOCE
Existe o doce
mais doce
do mundo?
Mais doce
do que qualquer
outro doce
que alguém
já comeu?
Procurei
na vitrine
da cozinha
pudins, tortas
negrinhos e quindins...
Cada novo doce
que meus olhos
degustavam
era uma obra de arte
e minhas lombrigas
queriam mais e mais!
Farei abaixo-assinados
contra a nóia
diabética
que quer proibir
overdoses
gastronômicas
com censura
dietética!
Sufocaram minha arte
com armários
entupidos
de adoçantes
e chás escolhidos
por nutricionistas
birutas
e esqueléticas...
Deixaram de ser
meigas e doces
agora são amargas
e cheias de arte
sintética!
terça-feira, 28 de outubro de 2008
A IGREJA E A PRAÇA
No alto, a Igreja.
logo abaixo,
a praça.
O menino deve
primeiro
cumprir o dever
e depois ir brincar.
Ciprestes
podados
cercam a praça.
Seu cheiro
mistura-se
aos brinquedos.
A praça
ensolarada
aguarda
as crianças...
O menino se esforça
mas sua imaginação
quer fugir do sermão.
O Padre fala de amor,
caridade e perdão,
e na recompensa
se ajudarmos os outros.
Ufa!
O menino
se esforçou
e cumpriu
o dever!
Agora ele pode brincar
brincar e brincar...
Até dormindo,
brincar e sonhar
com os brinquedos
daquela praça
abaixo da Igreja
que observa
toda séria!
domingo, 26 de outubro de 2008
PESCARIA
Meu pai diz pra todo mundo que fui eu que fisguei, no rio Ijuí, e que ficamos mais de meia hora lutando com ela, até cansá-la e tirá-la da água. Quando meu pai fala da fotografia, minha mãe arruma uma desculpa qualquer pra sair de perto.
Meu pai adora pescar. Desde criança ele se aventura em açudes, córregos, rios. Já minha mãe, quando falamos em pescaria, lembra de árvores, mato, grama, e fica com alergia só de pensar nos borrachudos. Eu gosto de pescar, e acho que tem a ver com meu pai: ele me deu de presente, quando eu era bebê, um aquário, que permaneceu no meu quarto observando eu crescer e fazer as minhas traquinagens.
Lá em casa tem uma maleta com farto material de pesca. Na tampa, um adesivo, que aparece em muitos carros que circulam pela cidade: “Tá nervoso? Vá pescar!”. Na hora dos preparativos, meu pai fica agitado e desfia uma ladainha de recomendações – como se fosse acampar durante vários dias. Mas eu descobri o motivo dessa mania: é que ele foi escoteiro.
Nossa última pescaria foi no pesque-pague. Tinha prometido, para mim mesmo, que aprenderia - com toda a calma do mundo - a colorar a isca no anzol. É que, quando peço ajuda, ele fica contrariado. Se coloca as minhas iscas, sobra pouco tempo para se concentrar no seu anzol. O pior é que os peixes só estão beliscando no anzol dele. Não passa um minuto e peço para trocarmos de caniço. Mas os peixes, nada... Bastou meu pai se distrair, ao colocar a minhoca no seu anzol, e estou pescando no lugar dele...
-Pescador tem que ter paciência – ele diz.
Chegam novos pescadores. Uma família completa - irmãos, primos, tios - carregando toda a parafernália de pesca que se possa imaginar. Me distraio com a menina, loira, cabelos de tranças, e seu cachorro peludinho (que é uma gracinha). Seu irmão mais velho trouxe uma bola, que parece ter as cores do Boca Juniors.
Foi só despregar o olho do anzol, e uma enorme tilápia veterana levou a minhoca.
- pescador tem que ter paciência, prestar atenção nos detalhes e persistir – recomenda meu pai...
- Sabe de uma coisa, pai, perdi a vontade de pescar.
- Mas como? O que vamos jantar hoje, se não pescarmos nada?
Enquanto me aproximo deles, olho para trás e digo: “ah, pai, isso é o de menos. É só fazer como da outra vez”.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
LOTERIA
O jornal é uma lanterna
depois que a chuva
se despede da noite
e se embriaga
de neblina.
Notícias da morte
apontam pra outros
gestos e trazem lamentos
nos corredores de casa
e seus labirintos.
Becos sem saída
aglomeram-se
no semáforo da esquina:
são crianças pedindo esmola
são números da loteria.
Meu tio repassa o jornal
pra nunca mais
ser anônimo...
Seu alvo é
o acumulado
da quina
- ele quer virar
notícia!
Não vou perguntar
se a loteria é fundamental
para mudar os rumos
da história ou
se é um lance
da fortuna
de meu tio!
o jornal prevê as condições
climáticas e o mapa
astral desses
velhos mortais!
Amanhã provará sua serventia:
vai embalar pão e leite na padaria!
O jornal recicla a vida que,
dia após dia,
recicla a vida jornal!
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
JÁ NÃO SEI...
se o que me empurra
adiante
são meus cabelos,
queixo ou ombros
tamancos, pernas
ou ancas.
As pernas fraquejam, é certo,
cambaleiam no refluxo
de querer voltar atrás.
Não estou certa
se o que me arranca à frente
- em espiral –
é o sentimento de perda
deveres,
sussurram
meus tamancos!
terça-feira, 21 de outubro de 2008
TEMPORÃ
domingo, 19 de outubro de 2008
É PROIBIDO FUMAR
De todas as placas de proibido, a que eu não agüento mais ver é a de “é proibido fumar”. É que minha mãe fuma duas carteiras de cigarro por dia. Isso depois que o cardiologista prensou ela contra a parede, dizendo que, se ela continuar fumando desse jeito, vai virar um esqueleto ambulante.
Aquelas fotos horripilantes nas carteiras de cigarros, colocadas pra apavorar os que fumam, não me comovem mais.
Desenhei no caderno, dia desses, um esqueleto com cabeça de caveira, com um cigarro na boca. Mas não dei nome ao meu personagem.
Justamente naquele dia minha mãe me ajudou a fazer o tema de casa. Ela sempre elogia meus desenhos. Não dessa vez.
Todos os dias ela acorda no meio da noite e vai fumar na área de serviço. Basculante entreaberta, mão esticada pra fora, cigarro entre o “fura bolo” e o “pai de todos”, tragadas e mais tragadas.
Não estou mais ligando pra essa história de que o cigarro faz mal pra saúde, embora minha tia não agüente mais levar minha mãe ao pronto-socorro, pra baixar sua pressão, que de vez em quando fica a mil.
Ontem acordei e fui ao banheiro. A cena me marcou: minha mãe fumava, escorada na janela. Deu uma tragada profunda, e um clarão iluminou seu rosto.
Era a caveira que eu tinha desenhado no caderno.
Ele já estava lá
As pessoas por perto pareciam murchas, daquele jeito, de ideias, uns sonâmbulos, e cansei também de trocar confidências com os cães ...
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