O jornal é uma lanterna
depois que a chuva
se despede da noite
e se embriaga
de neblina.
Notícias da morte
apontam pra outros
gestos e trazem lamentos
nos corredores de casa
e seus labirintos.
Becos sem saída
aglomeram-se
no semáforo da esquina:
são crianças pedindo esmola
são números da loteria.
Meu tio repassa o jornal
pra nunca mais
ser anônimo...
Seu alvo é
o acumulado
da quina
- ele quer virar
notícia!
Não vou perguntar
se a loteria é fundamental
para mudar os rumos
da história ou
se é um lance
da fortuna
de meu tio!
Na periferia de meus olhos
o jornal prevê as condições
climáticas e o mapa
astral desses
velhos mortais!
Amanhã provará sua serventia:
vai embalar pão e leite na padaria!
O jornal recicla a vida que,
dia após dia,
recicla a vida jornal!
o jornal prevê as condições
climáticas e o mapa
astral desses
velhos mortais!
Amanhã provará sua serventia:
vai embalar pão e leite na padaria!
O jornal recicla a vida que,
dia após dia,
recicla a vida jornal!
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