Ao
empinar o copo de cerveja,
o
Betão empina junto o dedo mindinho.
Não
sabemos se é uma questão de etiqueta, de coordenação
ou
se ele está se exibindo pras gurias.
Toda
vez que o Cesinha corre pra calçada fumar,
o
time faz um gol.
No
intervalo, na calçada diante do bar,
se
dizemos uma frase de efeito
ele
canta desafinado uma canção.
A
estatística não nos engana:
90%
das vezes que o Elson vai pro banheiro mijar,
o
time recua as linhas e leva um sufoco do adversário.
O
Telmo é multitarefas.
Consegue
olhar o jogo na TV,
escutar
o jogo de outro time no celular
e
ainda servir cerveja pra um bando de malucos barulhentos.
Toda
vez que passa um jogo do Grêmio,
o
Pedro Byke, numa tranquilidade impaciente,
pergunta
se vai passar o jogo do Inter.
Se
tem uma coisa que ferve sua adrenalina,
mais
do que a performance do Inter
ou uma jogada de craque nos jogos na Afucotri,
é
a véspera do resultado do Jogo do Bicho.
Quando
o Grêmio está com deficiente poderio ofensivo,
o
seu Ivo reclama indignado, do técnico:
"Por
que não bota os lebreiros?!"
Como
a maioria de nós que está no bar tem muita rodagem,
quando
os caras vão a toda hora no banheiro mijar
nos
perguntamos se eles têm problema na próstata
ou
se é a ceva que é diurética.
O
Pedro Borges não debate geometria,
filosofia,
astronomia
ou
até metafísica
com
tanta desenvoltura no departamento da universidade onde trabalha
como
acontece no bar.
E
os debates esquentam nos momentos
em
que o jogo está mais tenso.
Perguntaram ao João Grandão se o Carleone
(que
tirava um cochilo debruçado na mesa dum cantinho do bar)
tem
problemas com álcool, e ele respondeu:
"Claro
que não! Só quando falta!".
(B.
B. Palermo)
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