sábado, 4 de junho de 2016

Mantra


Penso nela e tenho uma puta coceira no nariz. A música salta na mente quando respiro devagar. Entoo um mantra e ela começa a desfilar. Respiro fundo relaxo e brotam peitos e bunda de lutadora de Muay thai. Estou perdido é certo por onde vou ela vai. Expia atrás das gôndolas do supermercado com lábios de batom exagerado a me chupar. Sou prisioneiro de um ciclo vital. Mais punheta mais insônia e sua bunda a desfilar. Respiro fundo relaxo e o mantra é Vem! Vem! Vem! Morro de vergonha por ser escravo dessas ideias num frio sábado de manhã. Enquanto isso a humanidade transpira velhos ideais. O marido penetra a esposa que não consegue gozar. Sua mente elabora a lista do supermercado e o presente que vai comprar pro aniversário do afilhado. Preciso arejar meu quarto botar as coisas no lugar. Aprisionar as masturbações e começar a meditar. Mostrar pra todo mundo que sou um cara feliz e que já deixei pra trás a coceira no nariz. É tanta ideia que surge até poderia ser poeta inovador. Mas hoje estou paralisado debaixo do cobertor. A comunidade me censura porque digo palavrão. Mas não consigo ser igual padre num domingo de manhã. Não sou comerciante prefeito ou vereador. Sou apenas xexelento aprendiz de sonhador.


(Tiradas do Teco, o poeta sonhador) 

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