Tinha esperança de que isto faria algum efeito em
seu coração. Rolou silêncio. Indiferença. Então percebi que sou o único que
precisa de um ombro pra chorar. Inocente, me amarrei em quem não tem ombro pra
dar.
Passaram-se dois, três dias, e tudo foi silêncio. Já
acostumado com tantas cusparadas afetivas, narrei o episódio pra alguns amigos,
e eles riram. “Pobre poeta”. “Agora você está no ponto de literatura. Em
quantidade e coisa que presta”. Estaremos aguardando”.
Assim que a noite cai, respiro fundo. Finalmente meu
eu poético emparedou o outro eu, pai de tantas neuras. Por alguns dias tudo
estará sob controle. Escreverei um best seller, se depender da sua aura. Óbvio.
Sempre haverá o risco da velha
tempestade.
(Tiradas do Teco, o poeta sonhador)
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