Ao espiar o montão de arquivos esquecidos no computador, me deparei com esta história que meu filho, Giovanni, ajudou a escrever, quando ele tinha uns sete anos.
Era uma vez uma saracura que adorava passear, sempre vestida de saia.
Ela tinha pernas compridas e bumbum alto, igual um avião a jato.
Toda vez que ventava, ela levantava vôo e subia para o céu, pensando que era um balão.
Um dia o balão estourou e sua imaginação, que estava dentro do balão, saiu voando alegre por aí.
Imediatamente a saracura partiu à procura de sua imaginação. Voou para o sul, voou para o leste, para o oeste e, também, para o norte.
A saracura encontrou, finalmente, o primeiro pedaço de sua imaginação.
Nesse lugar havia uma flecha que apontava para baixo. A saracura voou nessa direção e, daí a pouco, encontrou uma cidade. Então a saracura procurou procurou, em cada uma das janelas das casas.
Na ultima janela a saracura encontrou cinco pedaços do quebra cabeça, cujo nome era “imaginação.”
A saracura saiu dali feliz da vida, achando que tinha recuperado a imaginação inteira, mas ela não sabia que o pior ainda estava por acontecer: o menino que, com uma flecha, tinha furado o balão da saracura, havia chegado em casa e visto que o balão da saracura era um troço que nem ele chamava de balão.
O menino saiu rapidamente de casa e foi atirando todas as flechas de brinquedo que ele tinha nas coisas que as pessoas tinham nas mãos.
A saracura fugiu e foi se esconder na floresta.
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