quinta-feira, 13 de dezembro de 2007





ertyuiopasdfghjklçzxcvbnm,.;~´polkijhg

FINAL DO MÊS: NATAL E ANO NOVO



Quando o final do mês se aproxima

esvaziam-se as cartelinhas

de remédio da vovó…



Ela corre pra farmácia,

enfrenta chuva e vento,

e o tempo que voou...




(Vovó disfarça,

diz que o remédio está caro,

e que ela ganha pouco…)




Ela não entrega os pontos:

cada vez mais se enfeita

para atrair coisas boas.



Adora dançar e tricotar…

Ah, e conversar no telefone,

durante horas, com as amigas!




Minha cidade também se enfeita

Para o Natal. Lojas cheias de gente,

lista de compras de presentes

para as crianças e os adultos...



Atrás das cortinas dos olhos da vovó

vejo mais um pôr do sol despedir-se.

Vai o sol, chega a noite e os fantasmas

vêm contar suas histórias...



- Neste sol quente, não esqueça

o chapéu de palha! - dizia vovó.



Todo dia ela contava aventaras

sem desgrudar o olho do seu bordado.



Ao trançar as palhas do trigo

vovó brandia sua varinha mágica

e trazia ao mundo chapéus coloridos.




As mãos rápidas

disfarçavam

seus calos,

a palha gritava

se retorcia

mas logo logo

se acalmava

no trançado...



Agora eu percebo que o nascimento do chapéu

se parece com o nascimento do poema.

Meu lápis rabisca

a palavra escolhida

e ela vai ser apagada

ou vai ser o início de um sonho

(na companhia de um desenho...)




A palavra é o broto do trigo

que cresce e amadurece

no inverno e outono...

Nasce chapéu e poema

e vai proteger nossa cabeça

desse calor de rachar...



***

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O PATIFE tá enrolando de novo

Quando fui acertar a conta no bar, pendurada nos últimos dias, o bolicheiro não encontrou, no caderno, o meu nome. Ao repassar a longa l...