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FINAL DO MÊS: NATAL E ANO NOVO
Quando o final do mês se aproxima
esvaziam-se as cartelinhas
de remédio da vovó…
Ela corre pra farmácia,
enfrenta chuva e vento,
e o tempo que voou...
(Vovó disfarça,
diz que o remédio está caro,
e que ela ganha pouco…)
Ela não entrega os pontos:
cada vez mais se enfeita
para atrair coisas boas.
Adora dançar e tricotar…
Ah, e conversar no telefone,
durante horas, com as amigas!
Minha cidade também se enfeita
Para o Natal. Lojas cheias de gente,
lista de compras de presentes
para as crianças e os adultos...
Atrás das cortinas dos olhos da vovó
vejo mais um pôr do sol despedir-se.
Vai o sol, chega a noite e os fantasmas
vêm contar suas histórias...
- Neste sol quente, não esqueça
o chapéu de palha! - dizia vovó.
Todo dia ela contava aventaras
sem desgrudar o olho do seu bordado.
Ao trançar as palhas do trigo
vovó brandia sua varinha mágica
e trazia ao mundo chapéus coloridos.
As mãos rápidas
disfarçavam
seus calos,
a palha gritava
se retorcia
mas logo logo
se acalmava
no trançado...
Agora eu percebo que o nascimento do chapéu
se parece com o nascimento do poema.
Meu lápis rabisca
a palavra escolhida
e ela vai ser apagada
ou vai ser o início de um sonho
(na companhia de um desenho...)
A palavra é o broto do trigo
que cresce e amadurece
no inverno e outono...
Nasce chapéu e poema
e vai proteger nossa cabeça
desse calor de rachar...
***
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