segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
CACASO - do livro LERO-LERO (1967-1985)
domingo, 6 de dezembro de 2009
DO LIVRO "CLASSIFICADOS POÉTICOS" - Roseana Murray
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
SEM ASSUNTO
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
LUA ATRÁS DO TELHADO
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
CADÊ A SAÍDA?
Barão de Munchausen é um personagem de aventuras em que o herói realiza façanhas pra lá de impossíveis do ponto de vista da normalidade e da compreensão lógico-racional. Numa das aventuras o barão, montado em seu cavalo, depara-se afundando num pântano de areia movediça. Está perdido, pois não pára de afundar. Nisso o barão é iluminado pela seguinte idéia: puxar-se pelos próprios cabelos e, assim, sair do buraco em que afundavam, ele e o cavalo.
Em filosofia esse recurso é visto como um problema lógico insolúvel, uma situação em que não há saída. Por exemplo, ao apresentarmos a defesa de uma idéia e, para isso, recorremos a uma premissa absurda – porque não tem sustentação lógico-racional.
Todo o dia, desde crianças, engolimos frustrações, porque vivemos o jogo de estímulos e apelos constantes para desejarmos ter alguma coisa, (e a sua relação com um ideal de felicidade – identificar-se com os objetos de consumo), e a negação disso tudo, tendo em vista nossa condição social e existencial. Nesse jogo entre oferecer e negar, vamos empilhando frustrações.
Diante dos nãos que a vida e a sociedade nos dão, é preciso buscar saídas. E a maioria, em vez de buscar uma luz em si mesma, volta-se para o exterior. Uma religião, grupo de boêmios, drogados ou, até, nos medicamentos (faixas pretas).
Com certeza, a literatura serve como grande auxílio para fortalecer nosso eu. Os grandes textos, romances, poemas etc., com seus personagens (heróis, vilões), bem como os valores que estão em jogo, vão fortalecer os alicerces de nosso eu interior. Assim estaremos melhor preparados para enfrentar tsunamis e tempestades.
Podemos alisar os cabelos, ficarmos horas diante do espelho, ou sonhar com saídas absurdas para nossos problemas. Mas eles, os problemas, vão e voltam. Por isso necessitamos fortalecer nossas defesas. Que tal um bom livro na cabeceira da cama, em vez de caixas de remédio em cima da cômoda?
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
MENTIRAS E MENTIRAS
Com o passar dos jogos, vendo a dificuldade de nosso time vencer (foram 3 derrotas e 2 vitórias), ele frustrou suas especativas. Agora quer que eu conquiste, pelo menos, uma medalha. Para me motivar, o Giovanni dizia:
- Você joga bem, cara! - Força! Você pode!
Diante da dura realidade de atleta, a vontade que tive era de jogar video-game. Nos jogos virtuais escolhemos o grau de dificuldade e, sendo assim, podemos vencer a maioria das competições. Nos jogos de brincadeira, libertamos a imaginação, e aí erguemos taças, colecionamos medalhas.
Tenho consciência da decepção de meu filho, e fico chateado ao saber que ele criou alguma espectativa, com relação à minha performance na quadra. Joguei bem dois ou três jogos, fiz um golaço no ângulo, chutando a bola de voleio, do meio da quadra. Confesso que até me iludi, achando que poderia ser um dos melhores do campeonato, e beliscar, quem sabe, uma vice-artilharia.
Agora que o campeonato terminou, fico matutando: no que uma criança pode confiar, com relação às promessas dos adultos?
Com nove anos, Giovanni habita vários mundos. O de verdade e o de mentirinha. Mundos do brincar, jogar, fingir, teatralizar, etc., etc. Mesmo que, ao brincar, ele esteja criando outros mundos - mais ricos e mais belos, porque cheios de possibilidades e invenções, se comparados ao mundo real -, ele sabe a diferença entre realidade e imaginação.
Confesso a vocês que estou superando minha ignorância a respeito da "inocência" que as crianças têm das coisas. Elas imaginam, fantasiam, brincam, mas sabem diferençar as "mentirinhas" da mentira. Ao se defrontarem com a última, elas se sentem magoadas e angustiadas.
Sabedor disso, desde o início do campeonato tratei de dizer a meu filho que era um dos mais velhos, dentre os jogadores, que estava fora de forma e acima do peso, e biriri bororó...
Mas o pior de tudo é que construí a convicção (mentira?), para mim mesmo, de que no próximo campeonato de pais do colégio vou baixar o peso e estar em forma. E, é óbvio, vou ser um dos melhores e, quem sabe, vice-goleador.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
FRUTA NO PONTO - Roseana Murray
de agarrar a vida
com uma duas
dez mãos
e levar à boca
e trincar nos dentes
como uma fruta
no ponto
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
FEIRA DO LIVRO - Campos Borges/R.S.
Era feira municipal do livro, durante todo o dia de sábado, e a comunidade participou com entusiasmo. Na escola muicipal Menino Deus,houve uma programação diversificada, como a mostra de trabalhos produzidos pelos alunos desta escola e da escola estadual do município, além de dança e teatro.
A maior surpresa de todas foi o grupo de dança de Espumoso, Alexandre Tramontini. Patrocinado pela prefeitura municipal de Espumoso, o grupo soma 17 anos de atividades, apresentando-se em vários regiões do R. S.
Mais de duas horas de apresentação, cerca de vinte números - vinte coreografias e figurinos. Houve um desfile de gêneros musicais, de épocas e de vários lugares do mundo.
O sentimento e a constatação que tive, no final da feira, é de que a beleza não aparece apenas nos programas de TV, no cinema ou na propaganda. Grupos como esse da Escola Alexandre Tramontini, com sua criatividade, talento e esforço, nos presenteiam com lindas obras, que muitos de nós, muitas vezes, não percebemos, ou pouco valorizamos, só porque nos acostumamos (e nos viciamos) a prestar atenção àquilo que vem de fora.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
PERGUNTINHA
É difícil travar uma guerra constante com a rotina.
Filmes, de vez em quando, nos lembram de como são importantes as surpresas. O ineperado, imprevisível, são estímulos que ajudam a evitar que atrofiemos nossa inteligência e sensibilidade.
Com relação aos filmes, nos emocionamos quando nos deparamos com cenas com se parecem com os acontecimentos de nossas vidas.
Marley e eu é um filme americano que conta uma história de família - o casal e os filhos que vão nascendo e crescendo, e sua relação com o cachorro (Marley), um labrador de quase 50 quilos. Podemos nos identificar, tanto com o pai, a mãe, ou com o cachorro.
Não, ele não é o narrador, apesar de ser um importante personagem na história. Quem narra é o pai, um jornalista que teve a oportunidade de de assumir uma coluna de jornal como interino, e o faz muito bem.
Nesses textos diários ele narra, de maneira divertida, seu dia-a-dia, sendo que Marley é lembrado em quase todas as colunas que ele escreve.
A vida do cachorro, e o seu lugar na família, aparece pela ótica do tempo: desde sua infância, até sua velhice e morte.
Seu lugar e importância, junto à família, é bem nítido no final do filme, na hora da despedida, por conta de seu sepultamento (e despedida).
Essa foi a deixa que me levou a perguntar: se eu me for (e vale o mesmo para você), quantos vão sentir a minha falta?
domingo, 15 de novembro de 2009
OUTROS LADOS
Na cachoeira dos teus olhos
havia dois lados.
Num deles um raio de sol
no outro um arco-íris molhado.
Conheci você de verdade
quando percorri os teus outros lados.
Dormiam lagos de lágrimas serenas
que não suportavam ser acordados.
Na cabeceira dos teus olhos fiz meu ninho.
Mas ninguém te avisou que por lá
alguém havia repousado.
sábado, 14 de novembro de 2009
PAUSA
O nome estava sobre a mesa, junto a livros, recortes de jornais e anotações que faziam o papel de agendas.
Era vendedora de loja de artigos esportivos. Se comprasse o tênis, ela ganharia comissão.
Não sou de retornar a um compromisso, rabo entre as pernas, cumprir uma promessa qualquer. Vencem os apelos de tantos novos acontecimentos.
Não joguei nome e cartão no lixo porque o prazo de validade não estava vencido. Ou foi uma distração, como juntar à velha agenda mais um novo endereço.
- Quem sabe um dia não vá precisar?
- Quem sabe...
Mas o tempo é cruel e nos faz esquecer, ou embaralhar as peças, fazendo a tranqüilidade de nossa engrenagem emperrar.
Aprendi a usar o controle remoto. Conheço a função da tecla “pause”.
A memória, seu nome, os compromissos, todos, todos estão salvos.
Salvo, eu quero dar muitos abraços, os sentidos a cento e vinte por hora.
Sem raiva, rancor e obsessão pelo progresso.
Quero assoprar as brasas das experiências. Não deixar as cinzas tomarem conta de tudo.
A pausa é o intervalo que aguarda o “play”.
Entre pauses e plays, quero manter o controle (remoto) de mim mesmo.
Pílulas diárias de fofoca
– Em Canela, ninguém cumprimenta ninguém! Em Capão, todo mundo diz “bom dia!”, “tudo bem?”. Aqui tu anda de bermuda e chinelos e ningu...
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Nada a ver, menino! Baratas, sobreviventes neste planeta há 6 milhões de anos, passeiam pela sala cantarolando um samba do “Demô...
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Garota, nossos destinos têm pernas bambas e percorrem umas trilhas nada paralelas. Veja bem, você não leu Schopenhauer nem Han...