As nuvens eram criaturas selvagens
e ‒ ao mesmo tempo ‒ gatos,
cães, jacarés e lagartos,
perfilados no horizonte
próximo.
piscaram-me o olho
exibindo umas gravatas
que pareciam hieróglifos
enfeitados com figuras
geométricas.
Intuí que a paisagem
aguardava tintas, pincéis
e cavaletes
do Van Gogh,
mas o gênio se entorpecia
de Absinto na taberna,
e nuvens escuras vertiam de seus
olhos,
chorando
o entardecer.
Quando implorei
‒ DEUS, FAÇA ALGO! ‒ ,
espremendo meus olhos contra o
infinito,
ele advertiu:
‒ Menino, NÃO SE PODE fazer nada,
esquece!
É só mais um crepúsculo,
a ordem e o caos amando,
a luz e as trevas duelando!
(B. B. Palermo)
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