Mochila nas costas,
cabelo amarrado,
balançando,
da universidade pra
casa,
da casa pra
universidade.
A vontade ergue
edifícios,
investe em negócios
milionários,
basta Ela passar por
mim e acenar.
Bobo, a dúvida sempre
aparece:
Ela ficou vermelha?
Ela me quer?
No trânsito, a maior
transgressão de uns serzinhos
é cruzarem o sinal
vermelho.
Outros, se masturbarem
com parcerias
proibidas à luz do dia.
Não sei qual é a minha
transgressão,
diante de sua passagem,
Ela, o retrato nietzschiano
da vontade de potência.
Quero transgredir,
apesar de ser
um fraco, um tímido,
pisando em ovos ou
brasas,
com medo de errar a mão
e o pé,
não acertar a descida
do degrau
embora sóbrio e à luz
do dia.
Diante Dela, tenho medo
de errar no verbo,
ficar vermelho e
despencar no abismo.
Ninguém suporta cair.
Por isso que os bares
e seus estoques e os
puteiros
e suas ninfas
aguardam...
Na volta da boemia,
de madrugada,
eu cruzo o sinal
vermelho.
(B. B. Palermo)
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