quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Pérolas


Tudo está relacionado. O sol despedindo-se com um beijo na vidraça do prédio, próximo ao cantinho onde deliro. O indivíduo com a bicicleta e as garotas que passeiam com escassas roupas, carinhosamente adquiridas. Dizem que há grande probabilidade de isto ter a ver com os tornados do verão. Ninguém percebe abismo e caos por todos os cantos - a não ser este manco escrevinhador. As necessidades do corpo e da alma são meros dilemas subnutridos. Pensar nisso é como tergiversar num túnel infinito. A necessidade disparou em linha reta, para antecipar a apoteose, ao vibrarem ondas elásticas. As coisas miúdas e barulhentas que tomam conta de tudo precisam ser depuradas, parece que todos sabem. Observemos o que se passa. A crente de cabeça ereta, convicta do caminho a percorrer. O boy, o pedreiro, presos ao trabalho que, acreditam, liberta, porque se cercam de coisas que vão transbordar aterros sanitários. Convictos, usamos com impulso delirante roupas e cosméticos. São presentes e lembranças que brindam nossa autoestima. E no final, sem ter nada a ver com o bem e o mal, o complicado é narrar tanta pérola, sem que isso pareça banal. 

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