Pediram-me para cuidar do planeta, admirar as estrelas e o sistema solar. Garimpar tesouros no céu e - com meu verso - cantar as harmonias do universo. Cuidar de tantas espécies em extinção, mesmo que essa bola azulada, orbitando na imensidão, permaneça por muito tempo depois que eu for. De que vale tanto esforço se nem sei cuidar de mim? De que adianta cuidar de tudo se me apavora a previsão do futuro? Cuidar das abelhas, cuidar das cigarras, rezar pelos golfinhos e os caracóis. Cuidar do Polo Norte morando no Polo Sul. O lixo atômico se espalhou, dizem que sou culpado. O poeta necessita escutar os seres, seus olhares, imagens e palavras... De que valem tantos brados, se não consigo desenhar no poema os meus gritos engasgados?
(TIRADAS
do Teco, o poeta sonhador)
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