Quando alguém morre, costuma-se dizer que não faz mais parte do mundo dos vivos. Me pergunto: é preciso morrer pra deixar de fazer parte do mundo dos vivos? Não são poucos os zumbis que andam por aí. Quantos de nós, que nos autoproclamamos vivos pelo simples fato de ainda estarmos respirando, realmente honramos o verbo viver?
Nem todos mantêm residência no mundo dos vivos. E não sabem o que estão perdendo.
No mundo dos vivos todos sentem alguma coisa. Uns sentem uma felicidade transbordante, outros estão sofrendo por amor, alguns ficam indignados, outros não conseguem conter o entusiasmo, há os que têm medo da estagnação e há aqueles que venceram esse medo e enfrentaram seus demônios.
No mundo dos vivos, não há um único habitante que diga para si mesmo: não estou sentindo nada. Se não está sentindo nada, ora, não está vivo.
No mundo dos vivos todos pensam por conta própria. Para isso, cultivam um hábito elementar: lêem. E não lêem qualquer coisa só por passatempo.
Lêem livros que abrem suas mentes, livros que estimulam sua imaginação, que os fazem rir e que os fazem ficar chocados, que os ajudam a reconhecer em si o que estava escondido, livros que provocam, livros que ousam, livros que lêem os leitores por dentro.
No mundo dos vivos, não há um único habitante que despreze o conhecimento e o acesso a novas percepções. Se despreza, ora, não está vivo.
No mundo dos vivos, além de se ler muito, reverencia-se a arte em todas as suas manifestações. As pessoas compreendem que arte é a prática do desrespeito, ótima definição que li num livro de Mario Sergio Cortella.
Respeitam-se as leis, mas aplaude-se a transgressão, o questionamento incessante, a inovação, a diferença, o inusitado. No mundo dos vivos não há um único habitante que não se sinta estimulado por aquilo que lhe inquieta. Se não se estimula, ora, não está vivo.
No mundo dos vivos, o tédio não é aceito como algo normal e inevitável. A repetição de atitudes não é considerada uma proteção, e sim um mau sintoma. Os preconceitos não são encorajados.
Do mesmo modo que há problemas, sabe-se que há soluções. No mundos dos vivos, cada dia é um presente a ser aproveitado. O que passa na tevê é entretenimento barato, o luxo está na realidade, qualquer uma que tenhamos criado com autenticidade e coragem.
No mundo dos vivos, há mais perguntas que respostas, mais audácia que conformismo, engata-se mais a primeira do que a ré. Não há um único habitante que consola-se com a própria incapacidade, ao contrário: estudar, aprender e tentar são sinônimos de viver.
Os zumbis habitam outro mundo, e não vivem: vagam.
(Publicado em Zero Hora no dia 16 de novembro de 2008)
Nem todos mantêm residência no mundo dos vivos. E não sabem o que estão perdendo.
No mundo dos vivos todos sentem alguma coisa. Uns sentem uma felicidade transbordante, outros estão sofrendo por amor, alguns ficam indignados, outros não conseguem conter o entusiasmo, há os que têm medo da estagnação e há aqueles que venceram esse medo e enfrentaram seus demônios.
No mundo dos vivos, não há um único habitante que diga para si mesmo: não estou sentindo nada. Se não está sentindo nada, ora, não está vivo.
No mundo dos vivos todos pensam por conta própria. Para isso, cultivam um hábito elementar: lêem. E não lêem qualquer coisa só por passatempo.
Lêem livros que abrem suas mentes, livros que estimulam sua imaginação, que os fazem rir e que os fazem ficar chocados, que os ajudam a reconhecer em si o que estava escondido, livros que provocam, livros que ousam, livros que lêem os leitores por dentro.
No mundo dos vivos, não há um único habitante que despreze o conhecimento e o acesso a novas percepções. Se despreza, ora, não está vivo.
No mundo dos vivos, além de se ler muito, reverencia-se a arte em todas as suas manifestações. As pessoas compreendem que arte é a prática do desrespeito, ótima definição que li num livro de Mario Sergio Cortella.
Respeitam-se as leis, mas aplaude-se a transgressão, o questionamento incessante, a inovação, a diferença, o inusitado. No mundo dos vivos não há um único habitante que não se sinta estimulado por aquilo que lhe inquieta. Se não se estimula, ora, não está vivo.
No mundo dos vivos, o tédio não é aceito como algo normal e inevitável. A repetição de atitudes não é considerada uma proteção, e sim um mau sintoma. Os preconceitos não são encorajados.
Do mesmo modo que há problemas, sabe-se que há soluções. No mundos dos vivos, cada dia é um presente a ser aproveitado. O que passa na tevê é entretenimento barato, o luxo está na realidade, qualquer uma que tenhamos criado com autenticidade e coragem.
No mundo dos vivos, há mais perguntas que respostas, mais audácia que conformismo, engata-se mais a primeira do que a ré. Não há um único habitante que consola-se com a própria incapacidade, ao contrário: estudar, aprender e tentar são sinônimos de viver.
Os zumbis habitam outro mundo, e não vivem: vagam.
(Publicado em Zero Hora no dia 16 de novembro de 2008)
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