Na Semana da Pátria postamos aqui a crônica intitulada "Meu ideal seria contar uma história...sobre nossa pátria", que foi inspirada na crônica de Robem Braga, Meu ideal seria escrever...
Apresentamos esse texto na abertura da Semana da Pátria do IMEAB (Instituto Municipal de Ensino Assis Brasil/Ijui/RS). A professora dessa escola e do CSCJ (Colégio Sagrado Coração de Jesus/ Ijuí/RS), Nilza Piovesan Mânfio, exercitou o gênero crônica com seus alunos das sextas séries do CSCJ, partindo do meu texto e da crônica de Rubem Braga. Vai, a seguir, um pouco dos resultados da oficina realizada por ela.
CRÔNICA
A crônica é um gênero narrativo que trata de temas da atualidade. Normalmente é publicada em jornal ou revista. Destina-se à leitura diária ou semanal e trata de acontecimentos cotidianos.
A crônica se diferencia da notícia por não buscar a exatidão da informação. O cronista procura analisar os acontecimentos, dando a eles um colorido emocional, incluindo elementos de ficção e fantasia.
É um texto geralmente curto, escrito em 1ª pessoa, podendo conter diálogo ou não.
Leia algumas crônicas produzidas pelos alunos da 6ª série
Saudades daquele gaúcho - Júlia Dalmás
Saudades daquele gaúcho...
Que não se importava e colocava botas, bombacha, lenço no pescoço e vestia o orgulho de trabalhar no campo.
Que ao invés de cerveja e cigarro, tomava chimarrão e saboreava o churrasco.
Saudades daquele gaúcho que não se preocupava com contas para pagar, com roupas caras e com joias para a esposa. Que nas tardes de domingo reunia a família, tomava chimarrão e contava causos.
Saudades de quando esse mesmo gaúcho, cantava o hino do Rio Grande do Sul com orgulho, sem pensar muito em trabalho, ou no carro zero Km que tanto queria comprar.
Saudades daquele gaúcho, que passeava com seu cavalo na querência amada, só para sentir o vento bater no rosto e respirar o ar puro da natureza.
Hoje em dia o ar que respiramos é o da poluição, fazendo com que as árvores morram, deixando um ar pesado de tristeza.
E hoje, o gaúcho que vemos, é moderno, usa roupas de marca e anda em seu poderoso carrão.
O gaúcho de hoje perdeu a cultura, o orgulho, embora ainda se chame de forte. O gaúcho de hoje mais se parece um americano esbanjando chiqueza, do que aquele dos campos, que era forte, cultivava a cultura e suas raízes.
Ponto de vista - Giovani Pasquali Piovesan
O juiz já estava no meio do campo e a TV ainda mostrava a novela das nove. No bar a torcidinha organizada aguardava o início com batata frita, refrigerante, cerveja, torrada e até xis. Estava lá ele, Afonsinho, o ídolo do time, o camisa 10, ansioso, pois poderia fazer o seu milésimo gol, e então, como sempre, ele faria de pênalti.
Num prédio ao lado, um grupo de empreendedores se decidia entre o produto novo e o velho que rende mais, mas eles sempre vão pelo caminho mais fácil.
Na rua, dois homens discutem, um sábio e um burro. O sábio fala uma frase e o menos inteligente não entende, e então repete a frase e sai se achando. Gostaria de saber por que a sociedade é assim? Por que é tudo pelo caminho mais fácil, por que não tentamos viver uma vida mais tranquila, sem tantas preocupações e mais feliz?
Nenhum comentário:
Postar um comentário