segunda-feira, 22 de março de 2021
domingo, 21 de março de 2021
Digam ao tempo que eu não sou máquina
O tempo se esconde
atrás do ronco das máquinas
e do canto dos passarinhos.
O tempo se espreguiça
numa cadeira de balanço
que desejo ganhar de presente
quando for vovô.
O tempo se esconde e se mostra
cheio de pressa.
Ele se acostumou a deitar e rolar
dentro da gente.
Passeia o tempo na nuvem que passa,
se embala no galho que balança,
se esconde atrás do sol
no horizonte.
O tempo me escraviza
no início da manhã
disfarçado de despertador.
O tempo precisa saber
que eu não sou
máquina.
Onde for, com ou sem pressa,
o tempo quer atropelar os meus sonhos.
Será que consigo escapar?
(Pensamentos & poemas espirituosos)
FRUSTRAÇÃO - Mario Quintana
Outono: essas folhas que tombam na água parada
dos tanques e não podem sair viajando pelas
correntezas
do mundo...
sexta-feira, 19 de março de 2021
Colocar-se no lugar do outro
Hoje sinto a dor dos fracos,
esquecidos,
abandonados.
Tenho vontade de me afastar
dos desejos puramente materiais,
e isso traz um novo significado
para o sofrimento que observo no mundo.
O que vivi, amei, odiei, sofri,
tudo isso, e muito mais, já era.
Meu passado se alegra ao me ver assim,
ampliando o horizonte do meu olhar
e me esforçando pra me colocar
no lugar dos outros.
(Pensamentos & poemas espirituosos)
quinta-feira, 18 de março de 2021
Amar e ser amado
Amar e ser amado
não se aprende
estudando os manuais.
Não se resolve
lendo diariamente
o horóscopo dos jornais.
Não se sente entoando
marchinhas de carnaval.
Amar e ser amado
é um sentir diferente,
como o vento no rosto
numa manhã de outono,
como num êxtase
que confunde a realidade
com o sonho.
(Pensamentos & poemas espirituosos)
terça-feira, 16 de março de 2021
Paisagens
O rio observa a
paisagem
de suas margens
há muito mais tempo
do que eu.
Contemplo suas
águas,
elas passam,
elas se vão,
e eu só vejo o mistério...
Gostaria de saber
se tudo é novo,
ou se é o velho que
se repete.
Agora tento
conhecer
as paisagens do meu
EU.
Confesso que poucas
vezes
tive coragem de
perguntar
quem sou,
quem fui,
para onde vou...
(Pensamentos & poemas espirituosos)
segunda-feira, 15 de março de 2021
Um brinde
Deixe-me sentar à mesa e compartilhar com você
as novidades de quem esteve ausente por longo tempo.
Todos os dias imaginei desculpas para minha fuga,
e sufoquei as memórias que traziam
a saudade de você.
Hoje eu quero ouvir os detalhes do que você fez
ou sonhou se desfazer.
Saber dos planos, como vai sua família,
não importa se ela é problemática
ou quase perfeita.
Muitas vezes esqueceste de chorar a minha ausência,
e isso é justo, depois de tantas lágrimas
por tamanha indiferença.
O que mais importa é que tivemos
primaveras razoáveis
e memoráveis outonos.
Foram muitas breves colheitas
que deram e roubaram o sono.
Sei que esperas de mim
e eu espero de você
que compartilhemos e brindemos,
de maneira afável, não apenas
comida, bebida e muitos planos,
mas principalmente
nossos sonhos.
(Pensamentos & poemas espirituosos)
domingo, 14 de março de 2021
Fale mais sobre isso...
Foi ao encontro da garota,
seguro de que ia impressionar.
Ensaiou umas tiradas,
planos racionais pra se dar bem.
Mas sua estratégia desandou.
Foi totalmente enfeitiçado
pelas viagens idealistas
da maluquinha.
Confirmou o que dizem seus amigos:
ele é muito influenciável.
Até se conforma com isso.
Faz parte de sua natureza.
Uma psicóloga o aguarda toda semana
pra mais uma sessão.
Compreensiva, amável, ela acredita
no progresso do influenciável.
Quando ele empaca na narrativa de suas noias,
ela o encoraja, murmurando:
"Hum... Fale mais sobre isso...".
(Pensamentos e poemas espirituosos)
sexta-feira, 12 de março de 2021
Bolha ideológica
Argumentei, argumentei pelo Whats com um amigo,
tentando mostrar que minha bolha ideológica
é mais esperta do que a dele.
Aí ele enviou uma dúzia de vídeos para mostrar
que a bolha dele é mais esperta do que a minha.
Eu, já um tanto arrependido, debochei da sabedoria
dele.
Então ele enviou umas três dúzias de vídeos,
crente de que ia me dar nos dedos
e me botar no paredão.
Mas isso não foi necessário:
o pobrezinho do meu celular,
velhinho, arrebentadinho,
simplesmente trancou.
O psiquiatra conhece!
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