A ressaca
do último namoro
nos faz jurar
que nunca mais
vamos amar
pois não vale
a pena sofrer.
Mas basta chegar
uma nova paixão
e é como chuva torrencial
que varre as mágoas
para oceanos distantes
e juramos - como quem
tatua promessas
em braços,
ombros e pernas
e em lugares outros -
que agora vai
vai ser para sempre,
que esta será
a última vez!...
quarta-feira, 23 de abril de 2008
quarta-feira, 16 de abril de 2008
O TEMPO

O tempo é um cão
que se estica sob o sol
depois de roubar
a elegância do lagarto.
E as vizinhas feiticeiras
empinam as vassouras
e fazem a calçada dançar
como se fosse voar...
Vestidos compridos
de minhas tias
paqueram o sol
e ele só tem olhos
para o verde do quintal
e a lerdeza do varal.
Sapos gorduchos
disfarçados de edredons
se espreguiçam na janela.
Tempo tantã
não sabe se é relâmpago
não sabe se é sol
chuva raio ou vendaval...
Tempo que não é Santo.
Não diz que milagre
fará amanhã!
quarta-feira, 2 de abril de 2008
INFÂNCIA TEMPORÃ - Escrito por Teco Poeta Sonhador

Passou a infância.
Depois do parque
do circo e da praça
doamos as roupas
a nossos irmãos.
Como se fosse natural
tomamos vergonha
se estamos nus.
Dia após dia
a alegria recua
até os porões do coração,
e os brinquedos
acenam agitados
de dentro dos baús.
Repetem, repetem
os marmanjos:
- Vamos renovar
nosso estoque de sonhos!
Desfruto, todas as manhãs,
de frutas temporãs.
São meus brinquedos do dia-a-dia
que renovam o estoque de alegria!
Depois do parque
do circo e da praça
doamos as roupas
a nossos irmãos.
Como se fosse natural
tomamos vergonha
se estamos nus.
Dia após dia
a alegria recua
até os porões do coração,
e os brinquedos
acenam agitados
de dentro dos baús.
Repetem, repetem
os marmanjos:
- Vamos renovar
nosso estoque de sonhos!
Desfruto, todas as manhãs,
de frutas temporãs.
São meus brinquedos do dia-a-dia
que renovam o estoque de alegria!
terça-feira, 25 de março de 2008
Poema de Teco
Poema de Teco, o poeta sonhador
Pingos prateados
de chuva
voam da árvore
até o veludo
do chão.
São notas musicais
que pousam
de pára-quedas
no meu coração.
quinta-feira, 6 de março de 2008
APRENDIZ

escrito por Teco, o poeta sonhador
Os poetas
triplicaram
as pernas
da imaginação.
Trouxeram
imagens esvoaçantes
como sombras na parede
das pás do ventilador.
À noite
espreito
(e desenho)
o pôr do sol
a cor das nuvens
o despertar dos ventos
as estrelas em movimento.
borboletas
tontas
invento
nas folhas
em branco
ao vento
tontas
e atracadas
na lâmpada
da sacada...
O lápis
quer desvendar
mistérios.
São as pernas
das idéias
seguindo a marcha
das centopéias.
Os poetas
triplicaram
as pernas
da imaginação.
Trouxeram
imagens esvoaçantes
como sombras na parede
das pás do ventilador.
À noite
espreito
(e desenho)
o pôr do sol
a cor das nuvens
o despertar dos ventos
as estrelas em movimento.
borboletas
tontas
invento
nas folhas
em branco
ao vento
tontas
e atracadas
na lâmpada
da sacada...
O lápis
quer desvendar
mistérios.
São as pernas
das idéias
seguindo a marcha
das centopéias.
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
CIENTISTA INVENTOR
Escrito por TECO, o poeta sonhador
Quanto mais comia
mais fome ele tinha...
mais fome ele tinha...
Até que um dia,
de tanto atacar a geladeira,
os sonhos triplicaram.
Sonhou que devorava
o Cruzeiro do Sul
depois das Três Marias
depois do Planeta Vênus
depois de degustar a Lua
e mastigar o Sol...
Mas os sonhos
viraram pesadelos...
Quando ele acordou
o apetite havia fugido!
Comia nos pesadelos,
acordado não comia.
viraram pesadelos...
Quando ele acordou
o apetite havia fugido!
Comia nos pesadelos,
acordado não comia.
Certa noite
a mãe de Pedro
deu pra ele beber
uma poção polvorosa...
(Ela disse que era
muito saborosa,
e que foi enfeitiçada
por uma bruxa engenhosa).
a mãe de Pedro
deu pra ele beber
uma poção polvorosa...
(Ela disse que era
muito saborosa,
e que foi enfeitiçada
por uma bruxa engenhosa).
A poção fez ele detonar
dúzias e dúzias
de puns coloridos,
que mais pareciam
fogos de artifício...
Como um balão furado
Pedro desinflou de todo lado
e expulsou os tais monstros
feitos do líquido enfeitiçado!
Voltou a sonhar e a relaxar
como se estivesse num SPA...
No sonho viajou e fez amigos
no Cruzeiro do Sul,
Marte, Vênus e a Lua,
e após descansar nas nuvens
realizou seu mais novo plano,
que virou eterno vício:
Virou cientista inventor
de fogos de artifício!
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
VOVÔ FUGIU DE CASA
Sugestão de leitura
Livro VOVÔ FUGIU DE CASA, de Sérgio Caparelli, é muito legal!
Quando eu chegava, vovô já estava sentado no degrau da escada, fumando cachimbo. Sempre quieto, sempre sozinho, sempre olhando as coisas de um jeito esquisito. Nos dias em que estava mais alegre, fazia coisas maravilhosas com a fumaça. Soltava-a devagarinho, formando círc

Nunca falava comigo, o vovô. Nem com ninguém. Principalmente se estava triste. Então de seu cachimbo saíam tristes navios. Desapareciam logo, navegando ao vento. Eu ficava desolado. Pondo as duas mãos no rosto, exclamava: “Ah, vovô, acabou!”. Ele tirava o cachimbo da boca e soprava mais um ou dois, dos grandes. Só para me agradar.
Ficava quieto horas a fio. Uns diziam que estava pensando nas montanhas de sua Itália, onde a uva plantada nas encostas espalha pelos vales um cheiro de vinho e de festa. Outros achavam que estava apenas fumando seu cachimbo e nada mais. Porém concordavam num ponto: estava caduco e esclerosado. Caduco eu sabia o que era. Esclerosado meu pai me explicou. Era uma doença que dá nas pessoas mais velhas, em que o sangue está cansado e não consegue irrigar o cérebro direito. A pessoa torna-se esquecida e cheia de manias.
Acho que as manias do vovô eram contagiosas. Perto dele eu não gostava de fazer barulho, de pular ou de correr...
DANÇA DA COCEIRA

Escrito por Teco, o poeta sonhador
Se você quer coçar
e não coça
é porque a coceira
é nas costas.
Você tenta tenta
e não alcança
e em vez de cocegar
você dança!
Onde será que você gosta
de fazer as tuas cócegas?
Você escolhe chulé
ou cocegar a sola do pé?
Você escolhe lombriga
ou cocegar a tua barriga?
Você escolhe injeção na veia
ou cocegar a tua orelha?
Você escolhe dor de ouvido,
ou cocegar o teu umbigo?
Se você tem cócegas
não pode
espirrar,
caçar tatu
nem arrotar,
mas de tudo tudo
o que você menos gosta
é de coceira nas costas,
você coça coça
e não alcança
e em vez de cocegar
você dança!
(Adivinhem qual a palavra que o Teco inventou?)
Se você quer coçar
e não coça
é porque a coceira
é nas costas.
Você tenta tenta
e não alcança
e em vez de cocegar
você dança!
Onde será que você gosta
de fazer as tuas cócegas?
Você escolhe chulé
ou cocegar a sola do pé?
Você escolhe lombriga
ou cocegar a tua barriga?
Você escolhe injeção na veia
ou cocegar a tua orelha?
Você escolhe dor de ouvido,
ou cocegar o teu umbigo?
Se você tem cócegas
não pode
espirrar,
caçar tatu
nem arrotar,
mas de tudo tudo
o que você menos gosta
é de coceira nas costas,
você coça coça
e não alcança
e em vez de cocegar
você dança!
(Adivinhem qual a palavra que o Teco inventou?)
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
O CACHORRO, de Mário Quintana
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