O tempo é um cão
que se estica sob o sol
depois de roubar
a elegância do lagarto.
E as vizinhas feiticeiras
empinam as vassouras
e fazem a calçada dançar
como se fosse voar...
Vestidos compridos
de minhas tias
paqueram o sol
e ele só tem olhos
para o verde do quintal
e a lerdeza do varal.
Sapos gorduchos
disfarçados de edredons
se espreguiçam na janela.
Tempo tantã
não sabe se é relâmpago
não sabe se é sol
chuva raio ou vendaval...
Tempo que não é Santo.
Não diz que milagre
fará amanhã!
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