No seu pulsar maluco, a cidade me expulsa.
Só que nesse pulsar do inferno, de pneus rangendo e freios sem governo, eu consigo ver um carinho, no toque dos dedos, no beijo dos apaixonados.
No pulsar do oleo diesel, do caminhão matraqueando, eu sinto meu amor distante pulsar apaixonada, na declaração do torpedo...
Seu amor me tira do sério, um tornado em meu quintal, um gato, um cão abandonado, a indagar sinceridade.
No pulsar que estou vendo, nem tudo são negócios, férias, décimo terceiro... Tudo são ensaios, às vezes de braços cruzados, ou de passos desencontrados.
Na dança bufante do ônibus, no seu ir e vir, a cada fim de noite a brisa vem tudo acalmar. E ganho sem reclamar horas e horas de insônia, para não parar de pensar...
Esse meu coração não escapa do pulsar de rodas, freadas, subidas e decidas pra acelerar...
Vejo-me jogado no meio do jogo. O tudo, o nada, um Deus, um estorvo, uma aposta, um sonho.